O ciberativismo
Entende-se por ciberativismo a utilização da Internet por movimentos politicamente motivados (VEGH, 2003, p.71), com o intuito de alcançar suas tradicionais metas ou lutar contra injustiças que o correm na própria rede (GURAK, LOGIE, 2003; MCCAUGHEY,AYERS, 2003).A partir da incorporação da Internet, os ativistas expandem suas atividades tradicionais e/ou desenvolvem outras. A utilização da rede por parte desses grupos visa, dentre outras coisas, poderem difundir informações e reivindicações sem mediação, com o objetivo de buscar apoio e mobilização para uma causa; criar espaços de discussão e troca de informação; organizar e mobilizar indivíduos para ações e protestos on-line e off-line.
As estratégias de utilização da Internet para o ciberativismo objetivam aprimorar a atuação de grupos, ampliando as técnicas tradicionais de apoio. A rede pode ser usada como um canal de comunicação adicional ou para coordenar ações off-line de forma mais eficiente. Além disso, a Internet permite a criação de organizações on-line, permitindo que grupos tenham sua base de atuação na rede; o que possibilita ações on-line, como ocupações “virtuais” e a invasão de sites por hackers (VEGH, 2003, p.72). Sandor Vegh (2003) propõe três categorias de classificação do ativismo on-line. A partir da direção de suas iniciativas, organizações e indivíduos podem ser incluídos em uma categoria específica ou, até mesmo, desenvolver ações que envolvem as três formas de classificação.
Na primeira categoria, que versa sobre conscientização e apoio, o autor afirma que a internet pode funcionar como uma fonte alternativa de informação. Indivíduos e organizações podem difundir informações e eventos não relatados ou relatados de forma imprópria pela mídia de massa (p.72-73) A partir da obtenção de informações, através de visitas a sites, inscrição em listas de discussão ou participação de fóruns, pessoas de diferentes localidades podem entrar em contato com realidades até então desconhecidas, se sensibilizar, apoiar causas e até se mobilizar em prol de alguma organização, participando de ações e protestos on-line e off-line. (VEGH, 2003, p.73) Como exemplo, é possível citar as campanhas promovidas pela Anistia Internacional para receber e difundir, em âmbito mundial, denúncias e informações sobre direitos humanos. A atuação se dá por meio de sites em cerca de 150 países ligados por um portal e através de uma lista de discussão. No Brasil, ainda com relação aos direitos humanos, a Rede Telemática de Direitos Humanos atua fornecendo informações, discussões a partir de listas e fóruns e realizando campanhas. A maioria das organizações ativistas que podem ser classificadas nessa categoria de conscientização e apoio tem como objetivo proteger e reivindicar os direitos de segmentos marginalizados, como minorias étnicas e mulheres, por exemplo. Sua atuação é muito importante na divulgação de informações provenientes de localidades com regimes antidemocráticos.
A segunda categoria de formas de ativismo on-line inclui a organização e mobilização, a partir da Internet, para uma determinada ação.
A terceira, e última, categoria para classificação de formas de ativismo digital, segundo Vegh, é formada pelas iniciativas de ação/reação; mais conhecidas por “hacktivismo”, ou ativismo “hacker” (VEGH, 2003, p.75). O chamado “hacktivismo” envolve diversos tipos de atos, como apoio on-line, invasão e/ou congestionamento de sites e, até mesmo cibercrimes ou ciberterrorismo. Esse tipo de iniciativa visa executar ações diretas (pela internet) pró-ativas ou reativas.
Fonte: http://pt.scribd.com/doc/47028210/Redes-e-Ciberativismo
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